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E-commerce cresce 76% em três anos: o que ninguém te conta sobre os bastidores tributários

Nos últimos três anos, o e-commerce brasileiro viveu um boom. Segundo o MDIC, as vendas online de pequenos negócios cresceram 76%. Se voltarmos um pouco mais, pré-pandemia, o salto é ainda mais impressionante: de R$ 5 bilhões em 2019 para R$ 67 bilhões em 2024.
Crescimento bonito, mas deixa eu te contar a parte que ninguém gosta de falar: junto com a explosão de vendas, vem a bomba tributária.
Onde muitos se perdem
O aumento da carga não acontece só quando a empresa troca de regime. A verdade é que a maioria cresce sem estrutura tributária para acompanhar o faturamento. Resultado? Bitributação, perda de créditos e autuações que podem engolir a margem.
Vou abrir os bastidores aqui:
Simples Nacional: muita gente continua nesse regime por inércia. Só que, dependendo do faturamento, a progressividade da alíquota e a segregação incorreta de receitas fazem a empresa pagar mais do que deveria.
Migração para Presumido ou Real: quando acontece sem análise detalhada, vira um tiro no pé. O regime precisa conversar com a operação e com a margem, senão o caixa evapora.
ICMS interestadual: quem vende online já sabe — substituição tributária, DIFAL, cada estado com sua interpretação. Se não tiver controle, é um campo minado.
PIS e Cofins: aqui mora um dos maiores desperdícios. Logística, plataformas e até meios de pagamento poderiam gerar crédito. Mas a maioria passa batida.
Os quatro erros que mais drenam dinheiro no digital
Bitributação nos marketplaces: plataforma retém tributo, empresa lança de novo e paga em duplicidade. Falta conciliação.
Ficar no regime errado: crescer no Simples sem revisar pode custar caro.
Ignorar créditos de PIS/Cofins: frete, plataforma, energia... tudo tem potencial de crédito.
Inconsistência fiscal: Receita cruza NF-e, intermediadores e marketplaces em tempo real. Quem não tiver os dados alinhados, vira alvo fácil.
Onde tem risco, tem oportunidade
Enquanto uns pagam imposto dobrado, outros estão recuperando milhões.
Recuperação tributária: ICMS-ST, PIS e Cofins pagos indevidamente podem virar caixa imediato.
Revisão de regime: não espere o fechamento do ano. No e-commerce, a análise precisa ser recorrente.
Automação fiscal: conciliação integrada entre vendas e escrituração. É o antídoto contra o erro humano.
Incentivos regionais: quem tem estrutura organizada acessa benefícios que muitos nem sabem que existem.
O futuro já chegou
A fiscalização deixou de ser uma tendência. Hoje ela é digital, em tempo real e com inteligência artificial. Não existe mais espaço para improviso.
E é aqui que entra a virada: quem estrutura corretamente, paga menos e cresce com margem. Quem deixa para depois, compromete o resultado e abre brecha para autuações.
Fonte: Contábeis